Neste capítulo, o mundo virtual Second Life (SL) tem sido a grande estrela. O seu promotor, uma empresa de San Francisco denominada Linden Lab, teve a preocupação de dar grande destaque ao sistema de ensino, criando condições especiais para que universidades, escolas, bibliotecas, museus, institutos e editores científicos, investissem na presença neste mundo, adquirindo terrenos virtuais (ilhas). A resposta conseguida é impressionante. Cerca de uma centena de universidades já se instalaram no Second Life. Existe mesmo um arquipélago, agrupando várias ilhas de instituições científicas (onde se inclui a NASA e a Second Nature Island da Nature), denominado Sci-Lands. Nem as universidades portuguesas escaparam a esta febre. As Universidades de Aveiro e do Porto já adquiriram as suas ilhas. A de Aveiro foi inaugurada no ano lectivo passado, tendo custado cerca de 3 mil euros. A do Porto terá sido mais barata, custando 750 euros, mais uma mensalidade de cerca de 110 euros (cf. "Universidade de Aveiro inaugura ilha no Second Life" e "Universidade do Porto compra ilha no Second Life" no JPn).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhr9vAMKnmFmSvkF8OlHTz4mM7YvAND8Qdd6fwY4PBY98pgntTuZd-M4qhuMp3lw0Uovl4nE5P8q4oP5s7RDwacqoXTOa-uiGl7Q_SRJ4WpAri_xe0PIVMNAg2Yp-Pc3-4QIeZDg/s200/Petrus-baroque-no-SL.jpg)
Para uma visão global e exaustiva de todas as presenças de ensino pode-se consultar o site Second Life Education Wiki, o recurso oficial de Linden Lab para os educadores no Second Life. Uma breve introdução também se encontra no artigo "Second Life Science. Take a scientific Field Trip to a digital world" de Sarah Everts. São muitos os projectos educativos a ser desenvolvidos no SL. Veja-se Eduserv in Second Life e o Joanna Scott's blog (da Nature), a título de exemplo.
SL é o mais conhecido, mas não o único mundo virtual operacional. Os seus concorrentes mais directos são Active Worlds e There. O primeiro tem igualmente um programa virado para a educação, The Active Worlds Educational Universe (AWEDU), cuja lista de participantes ultrapassa largamente a centena, com uma distribuição internacional muito variada. Embora as condições de participação (e custos) apresentem algumas diferenças, todos estes serviços são privados, fechados e encontram-se em última instância sob o controlo de uma única empresa. Aqui se encontra uma das grandes contradições dos actuais mundos virtuais. SL é frequentemente apresentado como uma extensão 3D da Internet (veja-se, p.e., o You Tube video: Seriously Engaging : The New Media Consortium in Second Life). Contudo, a Internet é um sistema aberto e baseado em tecnologias e standards abertos e não proprietários. A Internet não é possuída por nenhuma empresa. Na Web, qualquer universidade pode instalar o seu próprio servidor e abri-lo para o mundo, mantendo o controlo total sobre ele desde que cumpra os protocolos de comunicação e as regras de funcionamento da Internet. Na SL não podemos criar uma ilha num servidor próprio e fazer o mesmo que faríamos com a Web.
Vencer estas limitações é o objectivo de vários projectos de desenvolvimento de mundos virtuais em open source, como o Open Source Metaverse Project, o The M.U.P.P.E.T.S. Project, e o Croquet Consortium. Dos três, o último projecto, baseado num consórcio de várias universidades, é o que se encontra em fase mais próxima da produção. O Croquet SDK (Software Developer Kit) versão 1.0 já se encontra disponível.