quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

AGENDA: Dibner Biological Seminar

Dibner Summer Seminar in the History of Biology
Co-Sponsored by the NASA History Office
"Cosmic Evolution and Astrobiology"
15-22 May, 2005

Marine Biological Laboratory in Woods Hole, Massachusetts



terça-feira, 18 de janeiro de 2005

NA CAIXA DO CORREIO: Garcia Marquez

Gabriel Garcia Marquez retirou-se da vida pública por razões de saúde: cancro linfático. Agora, parece que é cada vez mais grave. Enviou uma carta de despedida aos seus amigos que, graças à Internet, está a ser difundida.
A sua leitura é recomendada porque é verdadeiramente comovedor este texto escrito por um dos Latino-americanos mais brilhantes dos últimos tempos.
"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz.
Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate!
Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.
Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua.
Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas...
Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida...
Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.
Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor.
Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar!
A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer..."

GABRIEL GARCIA MARQUEZ

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

AGENDA DO CEHCNS: Conferências na Culturgest

Relembramos que é amanhã, dia 14, pelas 18:30, a primeira conferência de 2005 no ciclo "Histórias da Ciência. Os Dez Primeiros Capítulos", na Culturgest.

Historias da Ciencia

14 de Janeiro
Prof. Fernando Barriga
Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Geologia: afinal houve um princípio, e vislumbra-se um fim

Conferências seguintes:

11 de Fevereiro
Prof. Ricardo Coelho
Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral, Fac. de Ciências da Univ. de Lisboa
Energia: a história de uma boa ideia

11 de Março
Prof.ª Cristiana Bastos
Instituto de Ciências Sociais da universidade de Lisboa
Os invasores: Uma pequena história da demonização dos micróbios

13 de Maio
Profª Ana Maria Rodrigues
Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Anjos ou homens? Reflexões sobre a identidade do género do Clero masculino medieval

Conferências
14 de Janeiro, 11 de Fevereiro, 11 de Março e 13 de Maio
18h30
Pequeno Auditório

Este ciclo terá continuidade até Junho de 2005.

Produção Centro de Estudos da História das Ciências Naturais e da Saúde (CEHCNS) – Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral (IICBRC) / Culturgest

http://www.culturgest.pt/actual/historias_da_ciencia.html

VIRIDARIUM: Um pouco de organização.

Está na hora de começar a pôr algum logos nesta parte da Web.
As seguintes secções são um primeiro esboço, incompleto e provisório (como tudo na vida), passível de críticas, sugestões e alterações. É para isso que serve o link que diz comentários.

Estes descritores usam-se no início dos títulos dos textos, em maiúsculas, seguidas de dois pontos, para distinguir do resto dos ditos:

AGENDA: Notícias sobre eventos gerais (conferências, congressos, etc.) relevantes para a História das Ciências.
AGENDA DO CEHCNS: As actividades do Centro.
CONTEÚDOS: É uma secção genérica, dedicada a vários temas. Se algum em particular se destacar por um grande volume de textos, podemos criar uma secção distinta.
FERRAMENTAS: Espécie de caixa de ferramentas do investigador, incluindo a utilização dos computadores e outras ferramentas na investigação.
LER: Recensões, notas bibliográficas e de leitura. Livros oferecidos ao Centro. Bibliografias.
MEMÓRIA: Textos relativos à História da Ciência Recente. História Oral, entrevistas, etc.
NA CAIXA DO CORREIO: Uma espécie de Henry Oldenburg revisitado, com extractos de mensagens recebidas que consideramos importantes e relevantes para os outros. A identificação ou não do remetente é um assunto a considerar pelo "afixador", pressupondo que ele consente (de forma explícita ou implícita).
NAQUELE TEMPO: Efemérides. "No dia 30 de Janeiro de 19.., nasceu ... a Clara" :)
VIRIDARIUM: Textos (como este) relativos ao blog propriamente dito.

FERRAMENTAS: Secção dedicada à utilização dos computadores e outras ferramentas na investigação

Esta secção pretende ser uma espécie de caixa de ferramentas do investigador, incluindo a utilização dos computadores e outras ferramentas na investigação em História das Ciências. No campo da informática pretendemos dar particular atenção ao uso de programas em código aberto e livre, nomeadamente com o sistema operativo GNU/Linux, na edição de documentos científicos e em outros aspectos da pesquisa. Os tópicos tratados incluirão as potencialidades na edição, a gestão de bibliografias e de outras bases de dados, a manipulação de gráficos e a edição em papel e na Internet a partir dos mesmos documentos.

Porquê o Código Aberto e Livre ?

Esta secção pretende contribuir para estimular a utilização de programas de Código Aberto e Livre no âmbito da actividade académica.
Existem várias razões, tanto gerais como específicas, resultantes de considerações de carácter económico, social e político e da experiência pessoal, que nos levam a considerar que a utilização de aplicações em Código Aberto e Livre é um objectivo importante.
Em primeiro lugar, num mundo que depende de forma crescente da informática, é intrinsecamente muito perigoso que as diferentes actividades sociais, políticas e económicas dependam da utilização de programas proprietários, privados e fechados, sobre os quais os utilizadores exercem um controlo muito limitado ou praticamente nulo. Esta dependência é ainda mais aberrante no caso particular de uma actividade, como a investigação científica, que se caracteriza maioritariamente pelo seu carácter público e aberto.
Este argumento levanta muitos outros, mas não iremos aqui senão aflorar alguns deles. A questão económica não é certamente das menos importantes. Os programas proprietários utilizados no mundo académico pertencem frequentemente a uma ou mesmo a todas as seguintes categorias: ou atingem preços exorbitantes e desproporcionados em relação ao investimento dedicado ao seu desenvolvimento, ou são demasiado rudimentares ou foram desenvolvidos tendo em vista outros sectores sociais que não o mundo da ciência. Esta ultima característica é certamente visível na produção de documentos científicos, onde a maior parte dos investigadores se vêm compelidos a recorrer a ferramentas informáticas que são muito mais adequadas aos ambientes empresariais que aos académicos. O investigador utiliza, por exemplo, processadores de texto com funcionalidades extensas que normalmente não lhe são de qualquer utilidade, mas que em contrapartida não dispõem de uma forma adequada de processar bibliografias.
Enquanto a produção das aplicações proprietárias é estranha ao processo como normalmente se desenrola a actividade científica, o desenvolvimento dos programas de Código Livre partilha de um processo que é afim ao da descoberta científica: universalidade e publicação da informação em troca de reconhecimento.
Embora o Código Livre seja frequentemente referido pelo seu carácter gratuito (agravada na língua inglesa pela ambiguidade do termo free), esta não é sequer uma característica necessária. O que caracteriza este tipo de aplicações é o facto de o código fonte das aplicações ser obrigatoriamente público, juntamente com a livre possibilidade de os utilizadores copiarem, distribuírem e modificarem os programas. A utilização deste tipo de aplicações é formalizada pelas licenças através das quais os programas são publicados, nomeadamente as GPL (GNU Public Licence) da Free Software Foundation (http://www.fsf.org/).

NA CAIXA DO CORREIO: a trituradora global

A Livraria Buchholz , lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural encontra-se em situação de pré-falência.
Agradece-se a todos quantos a frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando.
Comprar um livro que não se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la.
Agradece-se que passem esta informação aos amigos e interessados.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

NA CAIXA DO CORREIO: A Árvore de Fevereiro

Clarinha

Chegado de férias do Norte de Moçambique foi bom ler-te assim, mesmo que num tom meio melancólico. Os portugueses são tristonhos, dizes. Quem sabe eles não existem fora dessa luz saudosa que para eles inventámos ? Quem sabe não existem de todo ? Enfim, existes tu fazendo as tuas coisas. A minha tropa feminina envia-te montes de beijos. Eu também.
Agora, a árvore: o nome comum (aportuguesado) é canhoeiro e o nome em tsonga (línguas do Sul) é Kanhi, muitas vezes grafado kanhyi. O nome científico é Sclerocarrya bierra (já foi chamado de Sclerocarya caffra). Os sul-africanos chamam-lhe Marula tree e dos frutos preparam um licor chamado Amarula. É uma anarcardiacea - mesma família das mangueiras e dos cajueiros) e ocorre em Moçambique, Norte da África do Sul, Zimbabwe, Norte da Namíbia, Malawi e Sul da Zâmbia. Têm sexos separados, ocorrendo quase sempre.
Os povos Tsonga do Sul de Moçambique consideram a árvore sagrada (é interdito vender qualquer componente da árvore e não se abate mesmo na preparação dos terrenos agrícolas) e celebram a Festa dos Primeiros Frutos no início de Fevereiro de cada ano. Cada uma das famílias da vizinhança é rotativamente encarregada de preparar a festa e convidar os vizinhos.
Bebe-se uma bebida fermentada a partir do fruto (que parece um pêssego pequeno e que é muito perfumado). Bebe-se, canta-se e dança-se durante três dias. Estes dias correspondem a uma certa restauração do caos, dizem os antropólogos.
Os povos Venda (Norte da África do Sul e Sul do Zimbabwe) admnistram uma cinza feita da casca pilada para ter a certeza que o bébe vai nascer com o sexo que os pais deejam. Se querem ter uma menina deve a grávida tomar um pó feito da árvore fêmea. Tomará da árvore masculina se quiser ter um menino.
Todas as saudades e ainda mais beijos
Mia

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

Viridarium, (we)blog(os) do CEHCNS

Para comemorar o seu segundo aniversário, o Centro de Estudos de História das Ciências Naturais e da Saúde decidiu iniciar o blog Viridarium, um espaço público dedicado à História das Ciências e às actividades do Centro.

Este blog funcionará como um complemento ao boletim Officinalis, cujo primeiro número saiu em Outubro de 2004.

Os textos aqui afixados serão de autoria colectiva ou individual dos investigadores e colaboradores do CEHCNS, mas o espaço encontra-se aberto aos comentários de todos os utilizadores registados deste blog.

O CEHCNS dedica-se à investigação em História das Ciências, funcionando em instalações cedidas pelo Instituto Rocha Cabral e com mobiliário, equipamento e material bibliográfico cedidos ou emprestados pelos seus membros e amigos, ou adquiridos com receitas obtidas nas suas actividades.

São várias as actividades que temos desenvolvido. Um encontro internacional sobre história das ciências naturais e da saúde realizado no âmbito das actividades da Fundação Oriente no Convento da Arrábida, vários títulos publicados, incluindo uma nova colecção intitulada "Mosaicos da Ciência", dois cursos e grande número de conferências e comunicações.

O número 1 de "Officinalis", incluindo a descrição detalhada de várias destas actividades e dos projectos de investigação em curso, pode ser obtido em formato electrónico (PDF) em:
A Direcção do CEHCNS