quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

O "Mein Kampf" de Donald Tump

A iniciativa, anunciada por Donald Trump, de os EUA ocuparem a Faixa de Gaza para expulsarem os palestiniano e aí construírem uma "Riviera", não podia ser mais abjeta e reveladora dos perigos que o mundo corre com a sua eleição.

Limpeza étnica, necessariamente acompanhada por um verdadeiro genocídio, cupidez, desrespeito pelos direitos humanos, desrespeito pela comunidade internacional. É significativo que Trump faça estas declarações no momento em que decide a saída dos EUA do UN Human Rights Council (UNHRC).

Esta medida seria certamente bem recebida por Adolf Hitler, tanto ela reflete o seu conceito de "Lebensraum" (espaço vital), que levou à invasão da Polónia e da URSS.

O primeiro-ministro de Israel apoia a iniciativa e dá mais um passo na via da alienação do capital de simpatia que o seu Estado ainda beneficiava por causa da Shoa.

As consequências geopolíticas e económicas da medida anunciada por Trump são inimagináveis, não só para o Médio Oriente e a Europa, mas mesmo em locais tão longínquos como Taiwan, mas o que é certo é que perante uma iniciativa tão demente, questões como as anunciadas tarifas sobre os produtos da União Europeia tornam-se questões menores.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Que fazer com as redes sociais?

Levei muito a sério o discurso de despedida do Presidente Joe Biden, que pode ser lido integralmente na página do New York Times:

"no meu discurso de despedida esta noite, quero alertar o país sobre algumas questões que me preocupam profundamente. E uma delas é a perigosa concentração de poder nas mãos de um número muito reduzido de pessoas extremamente ricas e as consequências devastadoras caso o abuso desse poder não seja travado. Hoje, está a formar-se uma oligarquia nos Estados Unidos, composta por uma elite de riqueza, poder e influência extremos, que ameaça literalmente toda a nossa democracia, os nossos direitos e liberdades fundamentais e a igualdade de oportunidades para todos. Vemos as consequências disso por toda a América. E já vimos isto acontecer antes."

Biden não pode ser acusado de ser um perigoso marxista. As suas palavras têm, por isso, um significado e uma urgência adicionais. 

Pela minha parte, anulei a conta no X/Tweeter e comecei a procurar alternativas. Não apaguei a conta no Facebook porque isso equivaleria a deixar a deixar de saber de muitos amigos e conhecidos de longa data. Veremos.


A alternativa em que comecei a investir é o Mastodon, que se baseia em software livre e é uma federação - fediverso - de servidores de diferentes grupos e organizações. Não há um oligarca a mandar na rede. 

Também somos livres de escolher o servidor em que nos queremos integrar. Existem servidores para praticamente todos os gostos.

Para historiadores ou amantes da história existem várias opções. Uma delas é a h-net.social, da H-Net: Humanities and Social Sciences Online. Muitos conhecerão este nome das listas académicas de distribuição de correio eletrónico que funcionam desde 1993. A H-Net disponibiliza vários outros serviços para historiadores, a partir do Departamento de História da Michigan State University. Outro servidor é o historians.social. Cada servidor tem o seu Código de Conduta próprio.

Pela minha parte aderi através do hcommons.social, administrado pelo Knowledge Commons (KC), anteriormente denominado Humanities Commons (2016-2024), que têm um âmbito mais amplo que a história e do qual já era membro. O KC disponibiliza vários serviços como páginas, blogues, grupos e um repositório académico de publicações (KCWorks), que sofreu uma grande atualização recentemente.